A história da formação do município de Brumado não é muito diferente da de outras cidades às quais foi aberto caminho por bandeirantes durante o século XVII: recheada por aventuras, morte e chacinas de índios, finalizada por conquistas que viriam a ser o inicio da formação da sociedade e da economia brasileiras. Esses bandeirantes tinham uma grande ambição, que eram a de se tornarem ainda mais ricos e serem, de certa forma, imortais- emprestando seus nomes a acidentes geográficos e localidades. Assim foi com o capitão de ordenadas Francisco de Souza Meira, quando partiu do litoral em direção ao agreste.
Quando alcançou a terra do Sincorá, onde fica hoje Barra da Estiva, o bandeirante não a atravessou. Foi contornando até atingir o rio de Contas. Subiu este rio e foi dar no encontro do rio do Antônio com o rio Brumado. Ali começou um combate que viria exterminar os índios da língua tupinambá, à custa de muitas vidas portuguesas, já que os silvícolas nunca se entregaram, mas lutaram até a morte. Ou seja, como havia muitos índios, a luta durou muito tempo.
Subindo a margem esquerda do rio do Antônio, os bandeirantes avançaram ainda mais dez quilômetros até encontrarem o local ideal para iniciar uma vila, à qual foi dado o nome de Bom Jesus do Campo Seco, o primeiro nome da cidade de Brumado.
O local foi transformado em fazenda, cujo proprietário era João Antunes Moreira, depois seu filho, padre André Nunes Maia. Não se tem noticia de como o lugar passou da mão dos Meira para os Maia. Mas o fato é que retornou a esses quando José de Souza Meira, filho do bandeirante, a comprou do padre em 1749.
Pouco tempo depois ela foi novamente negociada, passando para as mãos do Santo Oficio com o nome do Povoado de Bom Jesus dos Meiras, pertencendo ao município de Livramento do Brumado das Minas do Rio de Contas, e depois anexada ao município de Caetité.
O povoado passou à condição de distrito em 1869, em 17 de junho, quando foi construída a Igreja Bom Jesus. Seu primeiro vigário, o padre José Mariano Meira Rocha. Em 1877 o povoado passa à condição de vila. Mas foi através dos decretos estaduais de números 7455 e 7479, o ultimo 08 de junho 1931, que ocorreu a modificação para Brumado, segundo os historiadores porque o município é banhado pelo rio do mesmo nome. A vila de Brumado recebeu foros de cidade pelo Decreto Estadual número 1724, de março de 1938, que regulamentou no Estado o Decreto Lei Federal número 311 de 02 de março do mesmo ano.
FONTE: Biblioteca Municipal
BREVE HISTÓRIA DAS CÂMARAS MUNICIPAIS NO BRASIL
A primeira forma de poder instituído no Brasil foi a Câmara de Vereadores, no ano de 1532, em São Vicente, S. Paulo, por Martin Afonso de Souza portador de poderes reais, outorgados pelo rei de Portugal, Dom João III. No transcorrer do período do Brasil Colônia, as Câmaras exerciam o papel de Cabeça do Povo, o elo de ligação entre a população e os demais órgãos da administração colonial. Esta função lhe conferia uma efetiva carga de poder.
É interessante notar que, desde o início, a atividade dos vereadores no Brasil-Colônia estava voltada para a segurança das casas, a limpeza no comércio, construção de muros para os cemitérios, etc. Naquela época, as Câmaras Municipais tinham a função de legislar, fiscalizar as cidades e vilas e aplicar a justiça. Entre os séculos 16 e 18, os presidentes das Câmaras Municipais eram, também, juízes ordinários em suas comunidades e as Casas do Conselho podiam funcionar como prisões.
A proclamação da independência do Brasil, em 1822, mudou este panorama. Em setembro de 1828, o governo imperial criava o Supremo Tribunal de Justiça, que revogava as funções judiciais e carcerárias das Câmaras Municipais. Assim, eram criados as Milícias Provincianas, Casas de Correição, etc. Em outubro do mesmo ano, a Lei do Império do Brasil estipulava que as Câmaras Municipais das cidades teriam nove vereadores e as vilas, sete. A criação da Assembléia Nacional e das Assembléias Provinciais colocou os vereadores de então sob a tutela dos Legislativos maiores.
A República, proclamada em 1889, alteraria novamente o raio de ação das Câmaras Municipais, porque no final do século 19 surgiria a figura dos prefeitos que dividiriam com os vereadores a administração das cidades. Em novembro de 1930, o governo revolucionário chefiado por Getúlio Vargas - responsável pela derrubada do presidente Washington Luiz e pelo fim da chamada República Velha - dissolvia as Câmaras Municipais, Assembléias Legislativas e o Congresso Nacional. O governo de Vargas promulgaria, em 1935, a Lei Orgânica dos Municípios que disciplinava e limitava a ação das Câmaras Municipais. Após oito anos de regime ditatorial intitulado Estado Novo - instaurado em 1937 -, o Brasil voltaria a ter um regime democrático com a Constituição de 1946.
HISTÓRIA DA CÂMARA MUNICIPAL DE BRUMADO
A Vila de Bom Jesus dos Meiras teve quatro senhores. O ultimo senhor, Exupério Pinheiro Canguçú, filho de Inocêncio Canguçú. Tornou-se um político de sucesso, tendo sido inclusive nomeado o primeiro intendente do lugar, além de ter sido eleito várias vezes vereador de Caetité com expressiva votação, mas acabou perdendo os seus bens por má administração e problemas na família, como o do filho débil mental que morreu ainda jovem. Exupério enlouqueceu, e morreu em 1900 sem nada.
Quando passou a categoria de Vila, com a criação de seu município, tornou-se necessário a indicação de alguém para administrar a Vila. O povoado passou a nomear os seus intendentes. Em 1878 o primeiro deles, o coronel Exupério Canguçú, assumiu este cargo, que foi aclamado pelo povo. Foi um administrador capaz para o município, sendo inclusive reeleito para a gestão de 1887 a 1890, mas a sua vida particular fugiu-lhe ao controle. E ele morreu 10 anos após deixar o cargo.
Em 13 de fevereiro de 1878 realizou-se a Primeira Sessão Ordinária da Vila do Bom Jesus dos Meiras e teve a participação dos seguintes vereadores:
01- Coronel Exupério Pinheiro Canguçú
02- Horácio Guanais Simões
03- Sebastião Silva Leite
04- Aureliano José Pinheiro
05- José Germano Alves
06- Deolino de Souza Meira
07- Rodrigo Souza Brito
Seus membros tomaram posse dois dias antes.
Em 21 de janeiro de 1948 houve a primeira eleição para prefeito e também a 1° legislatura no Município de Brumado
Prefeito 1948-1951
Armindo dos Santos Azevedo
1° legislatura- 21 de janeiro de 1948 a 20 de janeiro de 1950
Mesa da Câmara- 12 membros
Presidente: WENCESLAU RIZÉRIO DE CARVALHO
Vice-Presidente: José Borges Sampaio
1° secretário: Nilton Lima Vasconcelos
2° secretário: Gerson dos Santos Azevedo
Suplente: Abílio da Silveira Maia
Em Brumado, a Câmara de Vereadores existiu no passado numa ante-sala do Gabinete do Prefeito, funcionava na época no prédio situado na Praça Capitão Francisco de Souza Meira. Posteriormente, com a mudança da Prefeitura para a Praça Coronel Zeca Leite, a Câmara de Vereadores acompanhou a mudança de endereço, e, passou a funcionar em um anexo ao prédio do Paço Municipal.
No entanto, se por um lado constituiu-se um avanço, por outro, os vereadores continuavam sem salas, o que foi corrigido em dezembro de 2004, com a inauguração do Anexo Marlito Alves Lacerda, pelo vereador Leonardo Vasconcelos, presidente da Câmara, e o então prefeito Edmundo Pereira.
Com gabinetes individuais para os vereadores e novas instalações, o Anexo passou a funcionar em janeiro de 2005 sendo mobiliado e informatizado com televisores, ar condicionado e computadores em cada gabinete conectados a internet, funcionando em rede. Além disso, foi modernizado o sistema de telefonia do Legislativo, tudo isso, sob a presidência de Léo Vasconcelos.
Com a construção de uma sede nova da Câmara, outros espaços foram criados, como o espaço para exposição de artes, e o público e os vereadores ganharam um plenário moderno e funcional.
A Câmara de Vereadores se encontra na Praça Abdias Azevedo, 145 - Bairro do Hospital- Brumado, Ba.
ATA DA PRIMEIRA SESSÃO DA CÂMARA
“Ata da primeira sessão ordinária da Câmara Municipal da Vila de Bom Jesus dos Meiras, em 1878”.
Aos treze dias do mês de fevereiro, do ano de mil oitocentos e setenta e oito, nesta Vila do Bom Jesus dos Meiras e Paço da Câmara Municipal sob a presidência do Coronel Exupério Pinheiro Canguçu, presentes os vereadores Simões, Leite, Brito, Alves, Pinheiro e Meira, foi pelo mesmo presidente declarada aberta a sessão, convidou o Presidente a Câmara a criar os seus empregados: foi nomeado Secretário Belarmino Jaquendes Lobo, Procurador Refuniano de Moura Amorim, Fiscal Placidio Gomes d’Oliveira, e Porteiro Francisco Alves Piranha, estando presente o Secretário nomeado prestou juramento afim d’exercerem as respectivas funções, e tendo-se eles apresentado lhes foi deferido o juramento. Deliberou a Câmara que não tendo sido inserido como determina no Decreto de trese de Novembro de mil oitocentos e trinta e dois, no auto de instalação d’esta Villa o Decreto de sua creação e limites o foram na presente acta, o qual he o seguinte: Lei de onze de junho de mil oitocentos e setenta e sete, numero mil setecentos e cinqüenta e seis. O desembargador Henrique Pereira de Lourena, Commendador da Imperial ordem da Rosa, etc. (Vide na pág. 1 n°2, Lei de criação da Villa e Município). É para constar eu Belarmino Fagundes Lobo, Secretario a escrevi.
a) Exupério Pinheiro Cangussú, Presidente; Orácio Guanaes Simões, José Germano Alves, Rodrigo de Souza Brito, Sebastião da Silva Leite, Deolino de Souza Meira, Aureliano José Pinheiro.
Obs: A ata foi copiada na cidade de Brumado, do livro existente na Prefeitura Municipal, em 21.XII.57.